A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) de Rio Branco está acompanhando o caso do jovem de 18 anos que foi acorrentado pela própria mãe, no bairro Polo Benfica, após anos de violência doméstica, ameaças e uso abusivo de drogas. A situação, revelada em reportagem da TV Gazeta, mobilizou forte comoção pública e pressão por respostas do poder público.
Segundo a mãe, Raimunda de Souza Claudino, o filho enfrenta transtornos comportamentais desde os 14 anos, faz uso de crack e diversos medicamentos controlados, sendo violento com familiares. Ela afirma que passou anos buscando atendimento médico e apoio institucional, sem alcançar uma solução definitiva, e que recorreu à corrente para protegê-lo e se proteger.
Após a exibição da reportagem, a SASDH enviou equipes ao local ainda na última sexta-feira. O coordenador Ivan confirmou que o jovem já era acompanhado pela rede de assistência:
“Na verdade, a gente já acompanha esse caso desde 2024. O Jacques já esteve no nosso acolhimento institucional, já é acompanhado pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Cres). É uma situação bem complexa.”
Encaminhamentos realizados pela SASDH
De acordo com Ivan, após a visita da equipe técnica, o jovem recebeu encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps ADIII), mas recusou atendimento. Ele também foi levado ao Pronto-Socorro, onde recebeu medicação e indicação para leito de saúde mental, mas novamente não aceitou a internação.
“Conseguimos uma vaga no Caps ADIII, mas infelizmente ele se recusou. Fizemos encaminhamento ao Pronto Socorro, ele tomou medicação, mas também não aceitou o acolhimento. Ele também precisa querer”, afirmou o coordenador.
A SASDH diz que está elaborando um relatório técnico que será entregue ao Ministério Público e à Defensoria Pública, buscando uma solução que garanta segurança à família e tratamento adequado ao jovem.
Internação compulsória depende de decisão judicial
A Secretaria explicou que, apesar da demanda da mãe por internação compulsória, o município não pode determinar sozinho esse tipo de medida.
“Isso depende de decisão do Ministério Público, da Defensoria e do Judiciário. Vamos propor um estudo de caso para buscar uma solução”, disse Ivan.
Situação da família é de extremo risco
O contexto relatado pela mãe mostra um cenário de alto risco. Ela afirma viver sob ameaças constantes, agressões físicas e verbais, e que já chegou a comprar drogas para tirar o filho de uma “bocada”, temendo que ele fosse morto.
Familiares também sofreram agressões e dizem não ter conseguido apoio consistente de instituições ao longo dos anos.
SASDH garante continuidade do acompanhamento
O jovem está internado na Upa, segundo a SASDH, e a Prefeitura articula novamente uma vaga no Caps ADII para continuidade do atendimento.
“Nossa Secretaria tem feito a sua parte e vamos acompanhar. O objetivo é salvar uma vida e garantir direitos desse jovem e dessa mãe”, reforçou Ivan.
Com informações de Luan Rodrigo para a TV Gazeta.



