Pacientes renais de Rio Branco se reuniram em frente à Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) para protestar contra a recente desativação do setor de nefrologia da instituição. O movimento, que incluiu o bloqueio de um trecho da BR-364, gerou engarrafamentos e afetou o trânsito em direção ao hospital e ao bairro Pedro Roseno. A principal queixa dos manifestantes é o encaminhamento de 64 pacientes de hemodiálise para clínicas particulares, mesmo com a promessa de atendimento gratuito.
A mudança foi anunciada no início da semana e gerou forte reação por parte dos pacientes, que criticaram a nova logística, especialmente em relação aos horários e ao deslocamento para as clínicas. Segundo os pacientes, a transição trouxe insegurança sobre a continuidade do tratamento.
Em meio ao protesto, o secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, compareceu à Fundhacre para esclarecer as mudanças e acalmar os ânimos. Segundo Pascoal, a decisão de transferir os pacientes para clínicas particulares foi motivada pelo desabastecimento de uma solução essencial para as máquinas de hemodiálise, causada por um aumento de preço imposto pela fornecedora. “Não podíamos deixar esses pacientes desassistidos. Fizemos o possível para garantir a continuidade do atendimento”, explicou Pascoal.
Ele ressaltou que, embora os pacientes estejam sendo transferidos para clínicas privadas, o atendimento permanece gratuito e os custos para o estado são significativamente menores. “Uma sessão na Fundhacre custa cerca de R$ 1.789, enquanto nas clínicas, o valor é de R$ 445. A economia será investida em leitos de nefrologia e UTI, garantindo melhor infraestrutura para os pacientes no futuro”, afirmou.
Durante a reunião, o secretário destacou que os pacientes mais idosos e em estado mais grave terão prioridade no atendimento, especialmente nos horários da manhã. Além disso, ele garantiu o reforço no transporte para evitar que os pacientes fiquem esperando após as sessões de hemodiálise. “Nós ouvimos todas as demandas dos pacientes e familiares, e estamos trabalhando para sanar qualquer dificuldade”, reiterou Pascoal.
Pascoal destacou que, com a economia gerada, será possível investir na ampliação de leitos de nefrologia e unidades de terapia intensiva (UTI), beneficiando a população a longo prazo.
Com informações do repórter Luan Rodrigo para TV Gazeta