Pedido de socorro
O senador Anibal Diniz (PT) recorreu ao deputado federal Sibá Machado (PT) para legitimar sua candidatura dentro do PT. Vendo-se a cada dia perdendo espaço para Perpétua Almeida (PCdoB), Anibal tenta com o fim da rejeição de alas petistas à esquerda se consolidar ante o Palácio Rio Branco. Além disso, com o apoio de Sibá e suas tendências no PT, o senador almeja ampliar suas bases eleitorais –diminuindo a força de Perpétua – já que eles têm livre trânsito nos movimentos sociais de base.
Mágoas passadas –e presentes
Reunido com o grupo dos 42 –como se alcunhou os sibanistas numa referência à votação no PED – Sibá Machado ouviu um não ao pedido de socorro feito por Anibal. A razão é o engajamento do senador na eleição de Ermício Sena para presidência do PT, trabalhando para enfraquecer Sibá.
Aspas
“Não temos como apoiar um candidato que nos atacou e se movimentou para nos enfraquecer. O Anibal é um militante orgânico, ele tem história no PT, mas no dia do PED estava com um adesivo enorme do Ermício no peito. Ainda há muitas mágoas”, diz um auxiliar próximo de Sibá.
Rejeição
Anibal pagará um alto preço por ter se engajado demais na eleição interna do PT. A consequência mais grave é não ter o respaldo das tendências com acesso aos movimentos sociais, que vão dos sindicatos, passando pelas cooperativas e indo ao trabalhadores rurais –área onde Perpétua tem ampla vantagem.
O milagre
De acordo com sibanistas, hoje o único nome capaz de reunir todas as tendências do PT é do ex-prefeito Raimundo Angelim. A rejeição a ele é menor, mesmo também fazendo campanha para Ermício Sena. Sua atuação, contudo, foi mais discreta, evitando ir para um confronto desgastante.
Pouco retorno
O fato é que Anibal Diniz (PT) se empenhou ao máximo na eleição da Democracia Radical (DR) de Ermício, vestiu a farda e foi para a trincheira. Com esta postura esperava o apoio amplo, irrestrito e geral do Palácio Rio Branco à sua candidatura à reeleição. Contudo, Anibal aos poucos começa a se ver sozinho, tendo que recorrer à influência de Sibá Machado.
Perto e longe
Relatos dão conta de que aos poucos a cúpula petista e assessores palacianos vão distanciando Anibal de Tião Viana. A prioridade passou a ser Perpétua Almeida, que na segunda-feira estava grudada no governador na solenidade de inauguração da iluminação natalina. O senador precisará de muita cintura para se viabilizar.
Um foco
O objetivo do Palácio Rio Branco é um só: evitar o fiasco de 2010, quando tudo e todos estavam centrados na candidatura de Edvaldo Magalhães (PCdoB) ao Senado. “Não queremos o efeito Pesado Magalhães. Infelizmente o Anibal não tem densidade eleitoral, a eleição será uma parada dura e temos que nos centrar na reeleição”, avalia um palaciano.
As esperanças
Por mais que o governo já se articule para robustecer o palanque de Perpétua, é certo que os petistas não vão ceder tão fácil, podendo até unir tendências que até bem pouco tempo traçavam uma linha de limite de espaço para evitar a guerra. Se Anibal Diniz não tem voto, dizem, há o ex-prefeito Angelim capaz de unir o partido e deixando a prefeitura com alto índice de aprovação.
Pela culatra
Se o governo vinha aos poucos diminuindo a rejeição do PT nos quartéis, a prisão dos 11 PMs na Operação Gênios deixou o clima na caserna tenso. De acordo com Wherles Rocha (PSDB), o ambiente hoje é o mesmo daquele 2009, quando ele foi preso por organizar a “greve” da categoria, o que rendeu sua eleição em 2010.
Julgamento
Outro fator a desgastar a relação entre governo e quartel é o julgamento, na próxima sexta, de 13 policiais denunciados por motim por participarem de protesto em maio de 2011. Entre os denunciados está Rocha, mas livrado pela imunidade parlamentar. Se condenados, a pena mínima é de quatro anos. PMs e familiares estão apreensivos.
Visita
Wherles Rocha visitou ontem a redação da TV Gazeta/Agazeta.net. Ele convidou os jornalistas para um café da manhã oferecido à imprensa. Ele fará uma prestação de contas do mandato. Rocha é hoje um dos parlamentares mais eficientes da Aleac por aproveitar o vácuo na bancada oposicionista, sendo a referência da oposição.
Bom velhinho
Na busca para serem agraciados pelo governador Tião Viana (PT) na indicação para a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) os procuradores Kátia Rejane e Oswaldo D’Albuquerque o acompanharam na pernada do Palácio Rio Branco ao Terminal Urbano para recepcionar o Papai Noel. Qual dos dois será atendido pelo bom velhinho?
De fora
Estes gestos mostram que o promotor Danilo Lovisaro está descartado de assumir o comando do Ministério Público? Se levar em consideração o périplo natalino da última segunda tudo leva a crer que sim. Será uma grande pena não ver a vontade da maioria dos promotores ser levada em consideração neste processo.
Saindo de fininho
Os deputados estaduais esvaziaram o plenário na sessão de ontem enquanto a sessão era presidida pelo segundo vice-presidente, Jamyl Asfury (PEN). O esvaziamento faz parte do “boicote” definido entre base e oposição por conta da insatisfação dos parlamentares com a postura do colega; eles acusam Asfury de atuar como “pombo correio” do Palácio Rio Branco.
Simpatia
A depender da ampla base na Aleac, entre Élson Santiago (PEN) e Jamyl Asfury, o presidente da Aleac é o que tem mais chances de ser indicado vice de Tião Viana. Os governistas têm rejeição a Asfury, enquanto Santiago não sofre nenhum tipo de restrição. Seu discurso ontem enaltecendo as ações do governo na exploração de petróleo e gás mostra a disposição de lutar para estar na chapa majoritária.