O final de semana em Cruzeiro do Sul foi marcado por sete ocorrências de violência doméstica, de acordo com a Polícia Militar da região (PMAC). Em entrevista, o comandante e coronel Edvan Rogério, relatou os episódios de violência e a importância de denunciar tais casos.
Segundo o coronel Edvan Rogério, o final de semana foi relativamente tranquilo em relação a outras ocorrências policiais, com atendimentos de menor potencial ofensivo, como ameaças. No entanto, as situações mais graves foram as de violência doméstica, sendo que um dos casos mais sérios envolveu um cidadão que agrediu a esposa e a ameaçou com uma faca após chegar em casa embriagado.
“Nós tivemos um final de semana relativamente tranquilo na área,, algumas principalmente ameaças, e as mais graves foram no âmbito da violência doméstica. Esse caso que foi mais grave foi um cidadão que chegou a agredir a esposa, segundo relatos inclusive da própria esposa e de uma testemunha, ele chegou embriagado em casa, chegou a agredi-la com socos e depois chegando a fazer ameaça com a arma branca, com a faca”, explica o delegado.
A polícia foi acionada, o agressor foi preso em flagrante e conduzido à delegacia. Outro caso ocorreu em um bar na Coronel Marcelino, mas a mulher agredida não quis fazer a denúncia. No total, foram registrados sete casos de violência doméstica durante o final de semana em Cruzeiro do Sul.
“E nossa equipe compareceu no local, foi dado voz de prisão para esse cidadão, pois estava em flagrante e foi conduzido para a delegacia. Tivemos um caso na Coronel Marcelino e em um bar, porém a mulher não quis denunciar. E tivemos diversos outros casos, foram sete no total durante esse final de semana”, comenta.
O coronel ressaltou a importância de denunciar qualquer tipo de violência doméstica, mesmo que a vítima prefira não fazê-lo no momento da ocorrência. Muitas vezes, as mulheres se sentem constrangidas ou preferem resolver a situação de forma privada, mas é fundamental que as autoridades sejam acionadas para garantir a segurança e a integridade das vítimas.
“Alguns ficam dessa forma, a mulher prefere não denunciar, às vezes se acertam no local, ou por vezes ela se sente ali constrangida em fazer essa denúncia, e apesar de ter relatos que houve a agressão no bar, mas quando a nossa equipe chegou no local, a vítima preferiu não denunciar e não fazer a condução desse cidadão para apresentar ele na delegacia”, conclui.
A Polícia Militar reforça a importância de não se calar diante de casos de violência doméstica e destaca que a denúncia é fundamental para combater e prevenir essas situações.
Denuncie!
A denúncia de violência doméstica é um passo crucial para a proteção das vítimas e para a responsabilização dos agressores. Esse ato corajoso não só ajuda a interromper o ciclo de violência, como também contribui para a conscientização e a criação de políticas públicas mais eficazes. A violência doméstica não se limita a agressões físicas; inclui abusos psicológicos, emocionais, sexuais e financeiros, todos com graves consequências para a saúde e o bem-estar das vítimas.
Denunciar é importante porque:
- Proteção Imediata: A denúncia pode levar a medidas protetivas, como ordens de restrição, que afastam o agressor da vítima.
- Responsabilização do Agressor: O sistema de justiça pode investigar e punir o agressor, prevenindo futuras violências.
- Conscientização Social: A denúncia traz visibilidade ao problema, incentivando outras vítimas a buscarem ajuda e gerando um debate público sobre a necessidade de combate à violência doméstica.
- Apoio e Recursos: Vítimas que denunciam podem ser encaminhadas para serviços de apoio, como abrigos, atendimento psicológico e assistência jurídica.
No entanto, muitas mulheres demoram a denunciar por vários motivos, incluindo:
- Medo de Repressão: Muitas mulheres temem represálias do agressor, que pode ameaçar aumentar a violência ou prejudicar seus filhos.
- Dependência Financeira: A falta de independência financeira pode fazer com que a vítima sinta que não tem para onde ir ou como sustentar a si mesma e seus filhos.
- Esperança de Mudança: Algumas mulheres acreditam que o agressor vai mudar ou que a violência é um comportamento isolado.
- Vergonha e Estigma: O medo de serem julgadas pela sociedade ou de serem vistas como “culpadas” pela situação pode impedir a denúncia.
- Falta de Informação: Muitas vezes, as vítimas desconhecem seus direitos ou os recursos disponíveis para ajudá-las.
- Desconfiança no Sistema: Há uma percepção, em alguns casos, de que as autoridades não vão acreditar na denúncia ou não agirão de forma eficaz.
Canais de ajuda
Metade dos brasileiros conhece ao menos uma mulher vítima de violência doméstica, por isso, se você que está lendo essa matéria estiver passando por agressão física, violência sexual, psicologica ou patrimonial ou conhece alguma mulher que esteja, entre em contato com as centrais de ajuda:
Centro de Atendimento à Vítima (CAV): Rua Marechal Deodoro, 472, Prédio-Sede do Ministério Público – cav@mpac.mp.br – (68) 99993-4701;
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam): Via Chico Mendes, 803 – Triângulo (ao lado do Deracre) – (68) 3221-4799;
Centros de Referência de Assistência Social (Cras);
Sobral: Rua São Salvador, 125 – (68) 3225-0787;
Calafate: Estrada Calafate, 3937 – (68) 3225-1062;
Bairro da Paz: Rua Valdomiro Lopes, 1728 – (68) 3228-7783;
Vitória: Rua Raimundo Nonato, 359 – (68) 3224-5874;
Tancredo Neves: Rua Antônio Jucá, 810 – (68) 3228-1334;
Santa Inês: Rua da Sanacre, 1327 – (68) 3221-8311;
Triângulo Velho: Rua Flávio Baptista, 200 – (68) 3221-0826;
Casa Rosa Mulher: Rua Nova Andirá, 339 – Cidade Nova – (68) 3224-5117;
Serviço de Atendimento à Violência Sexual: Maternidade Bárbara Heliodora – Travessa da Maternidade – Bosque;
Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Física: Upas Sobral, Segundo Distrito, Cidade do Povo e Pronto-Socorro;
Ministério Público – Centro de Atendimento à Vítima (CAV): sede – R. Mal. Deodoro, 472 – Centro – (68) 3212-2000;
Defensoria Pública – Núcleo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência: Av. Antônio da Rocha Viana, 3057 – (68) 3215-4185;
Denúncias contra violência mulher – Disque 180.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Glédson Albano para a TV Gazeta