Marcelo Jucá, presidente do sindicato dos Urbanitários, durante o programa Gazeta Entrevista, nesta segunda-feira (27), expressou uma posição contrária em relação à proposta de privatização dos Serviços de Saneamento de Água e Esgoto de em Rio branco (Saerb), pela Prefeitura do município.
Ele destacou a importância da água tratada e do esgoto como serviços essenciais, ressaltando que a privatização não é a solução para os problemas enfrentados. Jucá alertou que a forma como a questão está sendo tratada é problemática e que uma discussão mais aprofundada é necessária para evitar uma situação ainda pior.
“O sindicato dos Urbanitários é contrário, porque é muito fácil chegar e dizer que agora tem que entregar para a iniciativa privada. Nós estamos falando de um serviço essencial, nós estamos falando de água tratada, que tem e deve chegar na torneira de todos, estamos falando de esgoto. E a forma como eles tratam é muito problemática. Então, tem que ter uma discussão mais profunda, porque para nós a privatização não é a solução e sim pode ser uma situação ainda que vai ficar pior do que da forma que está”, explica o presidente.
Jucá também enfatizou a preocupação do sindicato em relação aos custos da privatização, e citou experiências em outros estados onde a privatização do saneamento resultou em tarifas mais altas. Ele afirmou que o estado do Acre não teria condições de suportar um serviço privado sem investimentos públicos adequados.
“A grande preocupação do sindicato é porque onde teve a privatização do saneamento os valores ficaram muito mais caros do que os valores hoje cobrados pela energia. Então, o nosso estado certamente não teria, eu posso estar até enganado, mas a gente não teria condições de ter um serviço privado. E a privatização nesse serviço, ele não vai melhorar se não tiver investimento público”, esclarece Jucá.
O presidente do sindicato criticou a gestão do prefeito Tião Bocalom em relação ao sistema de abastecimento de água, e afirmou que a falta de planejamento tem contribuído para a deterioração do serviço. Ele ressaltou que, apesar de todos os investimentos, a situação só tem piorado.
“Hoje o prefeito Tião Bocalom, informa que o Saerb dá prejuízo, que o sistema não está conseguindo chegar onde deveria chegar, mas o que falta também é planejamento. A gente está cobrando o planejamento desde o momento que Bocalom assumiu o serviço. Mas quando você pega os quatro anos do Tião Bocalom, nós observamos que o serviço só piorou. Então, apesar de todos esses investimentos, o serviço está pior”, enfatiza Jucá.
Jucá destacou a precariedade das Estações de Tratamento de Água (ETAs) e a falta de manutenção preventiva, e apontou que o município tem vivido em um sistema de paliativos sem um projeto efetivo para o saneamento. Ele reforçou que as expectativas de melhorias com a nova gestão não se concretizaram e que a situação se agravou.
“Porque quando você chega lá na ETA 1 e na ETA 2, aquilo está desmoronando. Nós estamos cobrando já há tempo. E eles não têm uma manutenção preventiva, não tem projeto para o saneamento. Então, quebrou. E não tem que ser assim. Há muitos anos vive num paliativo. E se apostava que com o prefeito Tião Bocalom seria diferente. Mas na realidade ficou pior”, conclui o presidente.