A audiência de conciliação entre a Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) e o Ministério Público do Acre (MP-AC) terminou sem acordo e com muita confusão entre os divulgadores nesta quinta-feira (14), no Fórum Barão do Rio Branco, no Acre.
Durante a audiência, os promotores de Justiça, Alessandra Marques e Marco Aurélio Ribeiro, propuseram à empresa um Termo de Ajustamento para que a empresa devolvesse o dinheiro dos divulgadores.
“Apresentamos, inclusive, os prazos para isso e a empresa não aceitou a proposta. Não me surpreendeu nenhum pouco os advogados não terem aceitado a nossa proposta. O processo vai continuar”, disse a promotora Alessandra Marques ao sair da sala de audiência.
Para os promotores, a empresa teria a oportunidade de voltar a operar pelo sistema de venda direta de Voip, e com bonificação de revendedores que indicarem novos consumidores, com a apresentação de um novo modelo nesses termos.
A empresa, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida de operar no final de junho por acusação de praticar pirâmide financeira. A operação do negócio está bloqueada por tempo indeterminado, a pedido do MP-AC.
A Telexfree não aceitou a proposta do MP-AC e também apresentou duas propostas que também não foram aceitas pelos promotores.
“Não iria aceitar pessoas que não entendem bem do meu negócio para propostas. Apresentamos duas outras propostas, mas não aceitaram”, disse o sócio da Telexfree, Carlos Costa.
Um das propostas apresentadas pela empresa é relacionada ao seguro e a outra é o divulgador migrar para Telexfree americana, se preferir.
“Nós temos condições de adquirir o seguro e a outra proposta seria continuar os nossos contratos pela Ympactus até o final e, depois o divulgador ter a opção de continuar o negócio com a Telexfree americana”, disse.
Carlos Costa disse ter concordado com o MP-AC de extinguir a Ympactus para provar o atraso no País. “Se nós abrimos a Ympactus no Brasil para provar um trabalho correto e, causa essa toda essa confusão, é melhor que acabem com ela e continuem os serviços nos Estados Unidos”, ressaltou.
Dados do MPE-AC apontam que cerca de 1 milhão de pessoas fazem parte da Telexfree em todo o Brasil. Os representantes da empresa sempre negaram as irregularidades apontadas.
Processo
Sem acordo na audiência, o processo volta para as mãos da juíza da 2ª Vara Civil, Thaís Borges, responsável pelo processo. Ela vai articular uma decisão, que pode sári em menos de um mês, mas antes disso irá analisar novos processos trazidos pela empresa.
“Se eu acatar a liminar de ilegitimidade do MP-AC, o processo é extinto e a empresa terá as atividades retomadas. Se for declarada a incompetência do juízo, eu vou remeter a outra Justiça. Se eu negar todas as preliminares, o passo seguinte é iniciar a produção de provas”, explica.
Confusão
Após o término da audiência um líder da Telexfree, do Espírito Santo, que acompanhou Carlos Costa ao Acre, foi detido por ironizar a promotora. Flávio Arrais parabenizou com aplausos a promotora por destruir lares e outros colegas a chamaram de “diabo loiro”. A promotora deu ordem de prisão e ele foi levado por policias militares.
O Fórum foi cercado por grades de segurança onde diversos divulgadores se amontoaram em busca de informações sobre o resultado da audiência. Com a prisão de um dos líderes, os ânimos foram exaltados e muita confusão ocorreu. O BOPE (Batalhões de Operações Especiais) foi acionado.