A disputa pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Rio Branco está transformando o plenário em um ambiente de silêncio estratégico. Quem antes declarava abertamente que não abriria mão da presidência agora prefere a discrição. Até mesmo os parlamentares conhecidos pela oposição vocal ao prefeito Tião Bocalom mantêm-se em silêncio para não comprometer alianças entre os colegas de parlamento.
A principal novidade desta quarta-feira (27) foi a retirada do nome do atual presidente, Raimundo Neném, da corrida pela reeleição. Antes considerado um nome forte, ele foi perdendo apoio e espaço político ao longo das últimas semanas. Neném justificou a decisão como uma escolha pessoal e familiar:
“Em decisão com a família, com as colegas, com a equipe, a gente resolveu retirar o nosso nome, até porque nós demos nossa contribuição aqui nesta casa. Agora é torcer para que o novo gestor que vencer essa eleição continue o trabalho que fizemos, honrando os compromissos com a população e com o prefeito de Rio Branco.”
Neném também destacou sua disposição em colaborar com a próxima gestão, indicando que continuará atuando nos bastidores. Inicialmente, seis vereadores lançaram suas candidaturas à presidência, mas o cenário mudou drasticamente. Hoje, a disputa se resume a dois nomes: a vereadora Elzinha Mendonça e o recém-eleito Joab Lira.
Elzinha Mendonça busca atrair os vereadores novatos, considerados peças-chave para a definição do resultado. Já Joab Lira conta com o apoio direto do prefeito Tião Bocalom, que tem articulado com partidos da base governista para consolidar sua candidatura.
Entre os demais candidatos, como Samir Bestene, que havia se antecipado ao lançar seu nome sem consultar o partido, a situação ficou mais difícil. O PP, que possui outros cinco vereadores na casa, precisará redefinir sua estratégia.
Assim como ocorreu nas eleições municipais, a escolha da nova Mesa Diretora segue o caminho da polarização. A base governista trabalha para consolidar uma chapa que reflita os interesses do Executivo, enquanto a oposição busca se organizar em torno de um nome que possa equilibrar as forças no parlamento.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta