A Copa do Mundo de Futebol é uma paixão deste humilde jornalista. Diante disso, resolvi destravar os dedos para escrever esse breve texto depois de quase quatro anos ausente da crônica esportiva. Aviso de antemão que não se trata de patriotismo barato, pois o conteúdo tem como base a história recente do Mundial.
Feita a introdução, vamos ao que interessa: o motivo pelo qual me leva a cravar o Brasil hexacampeão. Nas últimas edições, quem levantou a taça carregava consigo uma fila de 20 anos, no mínimo. Pausa no raciocínio para citar o Brasil como exceção (campeão em 1994 e 2002) e Espanha (2010).
Começamos pela Itália, que chegou ao tetra em 2006, na Alemanha, 24 anos depois do tri, conquistado em 1982 (ê, Paulo Rossi, o vilão da seleção de Telê). Em seguida, aparece a Alemanha e o quarto título mundial em 2014, com direito ao famigerado 7×1 sobre o anfitrião Brasil, 24 anos após se tornar tri (1990). Por fim, chegamos à atual campeã: França. Os Blues entraram para o seleto* grupo de campeões mundiais de futebol em 1998. Naquela noite de domingo, com 10 anos, foi difícil dormir; difícil processar a imagem dos dois gols de cabeça de Zidane; o terceiro gol de Petit, então.
Portanto, são 20 anos entre o primeiro título dos franceses e o último, há quatro anos. Se levarmos em conta os desfechos recentes do Mundial da Fifa, aliado ao hiato de título do Brasil (20 anos), a seleção brasileira sairá com a taça da Copa pela sexta vez na história no domingo, dia 18 de dezembro. Um belo presente de Natal antecipado.
*O seleto grupo de campeões da Copa do Mundo da Fifa
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Brasil: 1958/1962/1970/1994/2002
Alemanha: 1954/1974/1990/2014
Itália: 1934/1938/1982/2006
França: 1998/2018
Argentina: 1978/1986
Uruguai: 1930/1950
Espanha: 2010
Inglaterra: 1966
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França, o fim da “maldição do campeão”?
A França, atual campeã da Copa do Mundo, terá a chance de enterrar uma maldição que ela própria iniciou em 2002: aquela em que o campeão é eliminado na primeira fase do Mundial seguinte. Até a Copa do Japão/Coréia, o último campeão abria a competição. Naquele ano, Zidane e companhia foram surpreendidos pelo Senegal, de Diolf. Os franceses ainda perderam para os dinamarqueses e empataram com os uruguaios. Três jogos, um ponto conquistado.
O Brasil, campeão daquela Copa, mais uma vez foi a exceção quando chegou às quartas de final na Alemanha, quatro anos depois. A Itália, em 2010, reacendeu a “maldição”. Com dois empates e uma derrota, os tetracampeões foram eliminados em um grupo com Nova Zelândia e Eslováquia. A Espanha chegou ao Brasil, em 2014, com praticamente o mesmo elenco campeão em 2010. Não foi suficiente. Além de sucumbir para a Holanda (5×1) na estreia, com direito a gol antológico de Van Persie (aquele de cabeça), perdeu para o Chile e só venceu a Austrália, mas era tarde. Eliminação precoce. Mesmo roteiro que tirou a Alemanha da segunda fase da Copa da Rússia em 2018.
Os gols que sobraram contra o Brasil quatro anos antes, faltaram diante de México e Coréia do Sul. Joachim Löw e seus comandados só venceram a Suécia, nos acréscimos, com um belo gol de falta de Toni Kroos. Resta a França manter ou acabar com essa regularidade inconveniente. Se bem que seria uma boa o adeus dos franceses antes do tempo. Um rival a menos, sem falar da semelhança com 2002. Afinal, temos que nos apegar a esse tipo de coincidência para fortalecer nossa torcida pelo Hexa.
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Brasil exceção
Campeão em 1994 chegou à final em 1998
Campeão em 2002 chegou as quartas de final em 2006 (aquela bola alçada na área que acabou com o gol do Henry, peço licença para xingar: p&%#a, Roberto Carlos).
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Marcio Souza é jornalista formado pelo Universidade Federal do Acre e repórter da TV Gazeta