A polêmica em torno da mudança do Centro POP para o bairro Castelo Branco, em Rio Branco, ganhou um novo capítulo nesta semana com a recusa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) em assumir qualquer responsabilidade sobre a decisão. Em entrevista à imprensa, o secretário José Américo Gaia diz que o tema não é de competência do Estado.
“É difícil a Sejusp se posicionar com relação a essa temática, porque nós não trabalhamos nesse processo. Não é competência nossa também. A Sejusp é um órgão assessorador. Não participamos do processo de mudança do Centro POP”, declarou Gaia, colocando fim às especulações de que o órgão estadual teria papel ativo na escolha do novo endereço.
A declaração veio após matérias em sites locais sugerirem que a Sejusp teria defendido um processo de decisão mais transparente e com participação da comunidade. No entanto, segundo Gaia, a secretaria não foi consultada nem integrou discussões sobre o deslocamento do equipamento público, que antes funcionava na região central da cidade.
Protestos e denúncias
Enquanto isso, moradores seguem em protesto contra a instalação do serviço no novo endereço. Nesta segunda-feira (20), a comunidade voltou a fechar a rua Rio de Janeiro e promete novos atos se a decisão não for revista. “A gente tentou no diálogo com a Prefeitura, com vereadores, mas conversa não vai. Agora, resolvemos radicalizar”, afirmou um morador durante a manifestação.
O clima de tensão aumentou após denúncias de que a transferência do Centro POP teria sido realizada de madrugada. Um vídeo divulgado por uma moradora mostra caminhões descarregando materiais durante a noite. “Covardemente trazendo o Centro POP de madrugada para a população não se manifestar. Olha o horário, meia noite e quarenta e seis”, diz a moradora.
Mesmo sem ter participado diretamente da decisão, o secretário da Sejusp comentou sobre os impactos da medida na segurança pública: “Quando você muda a rotina de um bairro com a presença de pessoas que não são originárias dali, a demanda por segurança pública naturalmente cresce. Teremos que atuar com maior presença policial nesses locais”.
Enquanto isso, a prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, reafirma que o novo endereço está definido.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.