O anúncio da construção do Arco Metropolitano de Rio Branco, que inclui a 6ª Ponte sobre o Rio Acre, trouxe novamente à tona uma promessa antiga: a 5ª Ponte, planejada para ligar os bairros Orla do Quinze e Aeroporto Velho. Apesar de ser apresentada como solução para a mobilidade urbana da capital, a obra também acendeu preocupações entre moradores da região que poderão ser afetados pela desapropriação.
Morando há 15 anos no segundo distrito, Miriam de Fátima conta que o clima é de apreensão entre vizinhos.
“Para mim é uma preocupação muito grande, muito grande, porque eu vivo aqui, eu moro aqui, já faz muito tempo. Aí de uma hora para outra eles pegam para fazer essa ponte, vai mexer com muita gente. Aí a minha preocupação é: vai e tira a gente daqui, e dá uma indenização que, muitas vezes, não dá nem para comprar uma casa. Para a gente morar na Cidade do Povo, nem sonho para ir para lá”, desabafou.
De acordo com a Secretaria de Habitação do Estado, parte dos recursos já está destinada à desapropriação das famílias que vivem no entorno da futura ponte. O secretário Egleuson Santiago explica que as avaliações levam em conta a estrutura da edificação e o valor de mercado dos imóveis.
“É uma obra de super importância para a nossa cidade. Teremos quase um quilômetro de extensão, sendo 200 metros da ponte sobre o rio e cerca de 400 a 450 metros em cada margem. Estão sendo impactadas 60 famílias, inclusive 12 catraeiros, que continuarão sendo assistidos pelo governo. O investimento é de mais de R$ 67 milhões, sendo quase R$ 18 milhões destinados às desapropriações, para que as famílias possam receber e adquirir um terreno ou uma casa onde se sentirem mais à vontade”, afirmou o secretário.
Com a obra, a expectativa é reduzir significativamente o tempo de deslocamento entre diferentes pontos da cidade. Hoje, trajetos que levam entre 20 e 30 minutos poderão ser feitos em poucos minutos.
Apesar de a previsão inicial de entrega ser para este ano, o cronograma foi estendido. Segundo a Secretaria de Habitação, a obra deve ser concluída em até 24 meses após o início dos trabalhos.
“Tivemos muitas tratativas, aprovação na Assembleia, confase, análise em Brasília, uma burocracia grande. Mas, graças a Deus, já vencemos todas essas etapas e agora estamos na fase de licitação, para que até o fim do ano possamos dar a ordem de serviço”, concluiu Santiago.
Com informações da repórter Natália Lindoso para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net