Segundo a Polícia Federal, que investiga o caso, prejuízo é de R$ 1,8 milhão
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (13), a “Operação Engalobados”, visando combater fraudes na contratação de empresas para o fornecimento de testes de covid-19 e locação de equipamentos laboratoriais, por meio de dispensa de licitação feita pela Secretaria de Saúde de Cruzeiro do Sul, sob justificativa de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia, o que pode ter acarretado prejuízo ao erário de até R$ 1,8 milhão.
O trabalho contou com a participação de 45 policiais federais, a fim de cumprirem 13 mandados de busca e apreensão em empresas e residências situadas em Cruzeiro do Sul e Morrinhos, em Goiás; quatro mandados cautelares de sequestro de bens; e um mandado de prisão preventiva. Ao todo, nove pessoas foram intimadas para prestar esclarecimentos.
A investigação iniciou em março de 2021, com base no indício de que no processo de cotação para composição do preço médio de mercado das dispensas de licitação teria sido manipulado, a fim de direcionar as contratações com sobrepreço para determinadas empresas. Como exemplo, tem que a empresa contratada para locação de equipamentos laboratoriais possui por atividade econômica principal a prestação de serviços de publicidade e sequer possuía os equipamentos à época da contratação.
Além disso, a investigação aponta que os serviços não estariam sendo prestados da forma como contratados, mas em menor quantidade, embora as empresas estivessem recebendo integralmente pelo valor acordado.
A Operação Engalobados foi assim nomeada, tendo em vista que “engalobar” é uma expressão do estado do Acre que significa mentira, “passar a perna” e trapacear, o que remete a ações das empresas e de alguns agentes públicos da Secretária de Saúde de Cruzeiro do Sul, ao utilizarem de meios para direcionar e superfaturar as dispensas de licitações.