Pesquisadores analisam candidatura Marina Silva
Os cientistas políticos Israel de Souza e Nilson Euclides foram os convidados do ‘Gazeta Entrevista’ exibido na última quarta-feira, 20. Durante dois blocos do programa, eles comentaram o cenário de momento da política nacional e acreana.
A morte do candidato do PSB, Eduardo Campos, foi o primeiro assunto levantado pelo jornalista Rogério Wenceslau. Para Euclides, a eleição que seguia para o segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) agora toma outra proporção.
Segundo a última pesquisa divulgada, Marina Silva aparece na segunda colocação. Em um confronto com a atual presidente, a ex-senadora leva a melhor: 47% a 43%. “Marina vem muito forte, mas temos que ver a capacidade que ela tem”, falou.
Essa capacidade citada pelo cientista refere-se aos compromissos firmados por Campos e que podem ou não ser mantidos com Marina. “Ela vai ter dificuldades de transitar por onde Eduardo Campos transitava”, expôs.
Para Israel, essa comoção provoca pela perda precoce do ex-governador pernambucano não deve continuar por muito tempo. E o perigo que a candidata oferece para os adversários, principalmente Aécio, “fará o PSDB engrossar o discurso contra Marina.”
Os dois concordam que o comportamento de Marina será uma incógnita, já que ela se apresenta como uma proposta de nova política e que vai ter que administrar o jogo de interesses que o PSB se comprometeu para a campanha eleitoral.
Política local
Apesar das pesquisas apontarem o atual governador Tião Viana (PT) como o preferido dos eleitores e até mesmo com chance de vencer com 50% ou mais dos votos, Euclides acredita que a disputa será decidida somente no segundo turno.
Israel afirmou que a campanha no rádio e TV começou ‘morna’. Ele questionou os discursos que vem sendo apresentados nos últimos anos. “Apenas a crítica pela crítica traz a antipatia da população”, referiu-se ao modo que a oposição argumenta para quebrar a hegemonia da Frente Popular.
Euclides lembrou que campanhas utópicas também são negativas. Segundo eles, o eleitor está mais consciente e não se deixa levar por promessas mirabolantes. Para que haja alternância de poder, Nilson disse que é preciso fisgar 15% do eleitorado que ainda está indeciso.
Sobre o uso de redes sociais na campanha, os dois enfatizam que a ferramental digital está sendo mal aproveita e servem, em sua maioria, para a postagens de ‘bobagens’. Eles não esperam por grandes novidades ao longo da campanha.
Em relação a acirrada disputa pelo Senado Federal, Nilson Euclides enfatizou que Perpétua Almeida é detentora de um bom histórico político, porém, as chances do concorrente Gladson Cameli (PP) crescer são maiores até o dia da eleição.