Agenda comum para pressionar poder público
A Câmara de Vereadores de Rio Branco pode criar uma Comissão Especial para se juntar à Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa e exigir do Governo do Estado que decrete situação de emergência para conter a violência.
De acordo com a autora da proposta, vereadora Lene Petecão, o governo já não consegue, sozinho, conter os bandidos que tomaram conta da cidade. “O governo deveria aceitar a derrota para os bandidos e dizer que não consegue mudar a realidade do Estado e buscar ajuda. Não dá para deixar a população sofrendo como está”, afirmou.
A ideia é se juntar à Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa e depois convocar os deputados federais e senadores do estado para discutir o assunto. Para o vereador Marcelo Jucá, só com repasses federais o governo vai conseguir reaparelhar os órgãos de segurança e impedir o crescimento da violência.
Os vereadores criticaram o governo por tentar disfarçar os números sobre a violência. “O que está sendo difícil, pois nos bairros, é difícil alguém que não tenha vivido uma história de terror nas mãos de bandidos”, disse Jucá.
A oposição não vai ter o apoio da base do prefeito. O líder Gabriel Forneck reclamou dos colegas. Ele não vê o combate à violência como uma ação própria da função dos vereadores. “Nós não devemos fazer o papel dos deputados, vamos cuidar de fiscalizar o que é do município”, relatou.
O presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, deputado Heitor Júnior, disse que a ideia de juntar os parlamentares vai ajudar a exigir do governo medidas que amenizem a violência e a proposta de pedir ajuda do Governo Federal pode ser uma saída.
“Temos que buscar alternativas. As que estão aí não conseguem resolver. Precisamos nos unir e o governo precisa entender isso e não criticar”, acrescentou.
Quando se analisa o orçamento da segurança nos últimos quatro anos verifica-se que o estado não aumentou os repasses para o setor, mesmo a arrecadação crescendo.
Desde 2013, a Polícia Civil, por exemplo, mantém a mesma cifra de R$ 9,6 milhões por ano. Essa conta só aumenta porque existem repasses como o Enafron, um programa do Governo Federal. Mas, quando se fala em investimento com recursos próprios os números pararam e a violência cresceu.