Nenhum historiador conseguiu dizer, com precisão, em que momento nasceu o botequim. Claro: todo bandeirante teve lá seu beco escuro paulistano no qual pode compartilhar um trago com os amigos. Nenhum baiano morreu de sede entre aquelas igrejas todas, enquanto fugia duma ameaça holandesa. E até Tiradentes, embora poucos se lembrem disso, era bem chegado a uns goles. Bastava parar numa estalagem ou taberna mineira que bebia uns e se empolgava. Era daquele tipo que, bêbado, fazia discursos, falava em liberdade e logo já contava vantagem dos cargos importantes que dentro em pouco iria ocupar. Mas todos esses lugares de beber e comer, que sempre existiram, exigiam, para se frequentar, aquela qualidade de sujeitos disposto a puxar a faca vez por outra. O botequim é coisa distinta, nada a ver. Botequim tem alma, seu espirito. É um ambiente propício a não se estar sozinho, mesmo quando só.
Num botequim há vida, e um tipo permanente de celebração. É informal. Nele, todas as noites tristeza e alegria convivem: não há emoção humana que esteja fora de lugar num botequim. Não é trivial criar esse tipo de clima. Porém, no entanto, houve um momento na história em que esse tipo de lugar nasceu. E foi aqui, no Brasil.
O conceito “comida de boteco” foi criado em 1999 em Belo Horizonte, na extinta Rádio Gaes FM, a primeira rádio brasileira a realizar um programa sobre gastronomia, na época uma palavra utilizada apenas no meio especializado.
Desde a sua criação, o propósito da comida de boteco era a valorização do boteco “espontâneo”, pequeno comércio familiar, gerido diretamente pelo proprietário e sua família. A intenção do olhar era a comida caseira, o petisco de raiz que se faz nesses locais.
Nasceu então o “comida di buteco”. Assim mesmo, com “i” e “u”, como os mineiros falam. A mecânica do concurso foi pensada para eleger o melhor boteco e não o melhor petisco. O vencedor é escolhido por meio de votação popular e de júri que avaliam os quesitos comida, atendimento, temperatura da bebida e higiene. Para participar, o dono do boteco e sua família devem estar à frente do negócio, não são aceitos redes, franquias ou negócios com investidores e gerentes.
E aí, gostou de saber um pouco sobre a história da comida de boteco nesse feriadão? Então se prepara pra essa dica de receita D E L Í C I A, lá vai:
Pastel de Costela Paraense
Tempo de preparo: 45 minutos
Rendimento: 6 porções
Ingredientes
- 1 kg de costela bovina
- 1 litro de tucupi
- 1 maço de jambu
- 250 g de muçarela
- 1 ½ kg de massa de pastel
- Óleo para fritar
Modo de preparo
- Em uma panela de pressão, cozinhe a costela no tucupi até que ela fique ao ponto de desfiar
- Reserve o caldo que sobrar.
- Desfie a costela. Acrescente o jambu e o caldo de cozimento à carne e leve ao fogo algo até que o caldo fique bem reduzido.
- Corte a muçarela em fatias médias.
- Abra a massa e coloque em cada pastel meia fatia de muçarela, a costela desfiada e mais meia fatia de muçarela. Feche o pastel.
- Em uma panela, aqueça o óleo para fritar os pastéis.
- Sirva com maionese.
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