Denúncia sobre demora de realização de cirurgia em idoso chega à AleacNa última semana, veio à público a história de Paulo Barbosa Pacheco, aposentado de 62 anos, que enfrenta espera por uma cirurgia vital na rede pública há 13 anos. Em entrevista, ele compartilhou a angústia de ver a saúde se deteriorar a cada dia, enquanto aguarda pelo procedimento.
“Eu ando de moto, eu ando tudo, mas aqui e acolá estou pegando infecção”, desabafa o aposentado.
Outros milhares de acreanos enfrentam longas filas de espera por cirurgias, com números que chegam a ultrapassar os 20 mil pacientes. A maioria aguarda entre dois e três anos por procedimentos que podem salvar vidas.
Diante deste cenário, o deputado estadual Adailton Cruz (PSB) anunciou a intenção de convocar autoridades da saúde, incluindo o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, a presidente da Fundação Hospitalar do Acre, Ana Beatriz Souza, e o responsável pela regulação, para prestar esclarecimentos e apresentar soluções para a situação crítica enfrentada pelos pacientes.
Nas declarações, o deputado destacou a gravidade da situação, com alerta para o risco de vidas perdidas devido as longas esperas por cirurgias, especialmente em casos de urgência como as oncológicas. Ele ressaltou a necessidade urgente de medidas para reverter esse quadro preocupante.
“Muitas pessoas podem ter perdido a vida com tanta espera. Dependendo, inclusive, da necessidade da cirurgia, às vezes três meses, quatro meses, já chega para ceifar vidas, como é o caso de cirurgias oncológicas. É uma situação muito grave, preocupante, que a gente precisa tomar providências”, destaca o deputado.
Enquanto o governo estadual informa uma fila de 8 mil pacientes que aguardam por cirurgias, Cruz contesta esses números, e aponta para uma realidade muito mais grave, com cerca de 20 mil pessoas sofrendo com epilepsia e 4 mil delas com necessidades urgentes de procedimentos cirúrgicos.
Além disso, o deputado revelou a existência de 10 mil procedimentos em espera apenas na área de ortopedia, somando-se a outras especialidades como as cirurgias cardíacas, que também enfrentam uma crescente demanda não atendida.
Diante das denúncias de pacientes com complicações devido às demoras na realização de cirurgias, Adailton Cruz anunciou a convocação de órgãos como o Ministério Público, a superintendência da Fundação Hospitalar e a Secretaria de Saúde e Regulação para discutir e avaliar a atual política de controle e oferta de cirurgias na região.
“Eu já tive, inclusive, fui procurado por pacientes que tiveram problemas, onde colocaram cateter duplo J e é para tirar com 30 dias, passaram quase um ano para retirar, tiveram complicações. Nós vamos convocar aqui tanto o Ministério Público quanto a superintendência da Fundação Hospitalar, a Secretaria de Saúde e Regulação, e vamos discutir como é que está essa política de controle e oferta de cirurgias”, conclui.
Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta