Material coletado na força tarefa será analisado
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da superintendência do Acre, solicitou a realização de uma força tarefa para entender melhor como estava sendo comercializado o açaí no estado. A medida foi tomada depois de a Secretaria Municipal de Saúde ter encontrado açaí contaminado por dejetos do barbeiro, besouro transmissor da doença de chagas.
Durante uma semana, doze auditores fiscais realizaram coletas de amostras de açaí e de outras frutas comercializadas em dezessete municípios acrianos. Dos cem estabelecimentos visitados, muitos foram autuados e notificados. Quatro tiveram as portas fechadas.
O material coletado foi encaminhado, nesta terça-feira (26), para análise em laboratórios de São Paulo e Pernambuco. Um relatório também está sendo fechado com todos os procedimentos feitos durante a Força Tarefa.
O superintendente do MAPA aqui no Acre, Luziel Carvalho, contou que durantes essas fiscalizações, as equipes puderam realizar, também, um trabalho educativo. Os técnicos e fiscais orientaram os produtores e batedores de açaí sobre a importância do trabalho regularizado. “Foi realizada uma vistoria em todos os estabelecimentos no estado do Acre registrados junto ao Ministério da Agricultura, que são 22, e também nos que não possuem registro ainda, no sentido da gente conhecer como está sendo realizada essa pratica produtiva e poder identificar se atende às condições necessárias de sanidade pra poder ofertar esse produto para sociedade ou não.”
Um dos desafios, agora, é fazer com que o consumidor saiba como comprar e volte a confiar na qualidade da bebida produzida e comercializada aqui no Acre. “O que a gente vem orientando é isso, não se pode matar uma cadeia produtiva por conta de uma situação isolada. O que a gente orienta, que o consumidor acriano continue consumindo o nosso açaí, que inclusive é um dos melhores da região, e que apenas tome a prevenção necessária de comprar esse produto em quem tem registro junto ao Ministério da agricultura.”
O vendedor Francivaldo Pinheiro também não vê a hora da população voltar a comprar o açaí, que hoje, ele só comercializa industrializado. Antes, quando a bebida era preparada pelos produtores sem registro no Ministério podia ser vendida, ele chegava a comercializar 60 litros por dia. Hoje, a venda das polpas não chega nem a dez litros diariamente. “É a esperança que a gente tem, de poder voltar vender o açaí e ter o pessoal de volta confiando no produto.”