A sessão desta terça-feira (19) na Câmara Municipal de Rio Branco foi marcada por intensa movimentação em torno das denúncias de assédio moral e sexual contra o superintendente da RBTrans, Clêndes Vilas Boas. O gestor havia sido convidado para prestar esclarecimentos, mas enviou documento informando que não compareceria por motivos médicos.
Mesmo sem a presença de Vilas Boas, vereadores da oposição protocolaram pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as acusações. O grupo afirma ter cinco assinaturas, mas o documento verificado pela reportagem mostrava quatro. Durante o debate, parlamentares reagiram a declarações do superintendente em entrevista anterior, quando ele afirmou que todos os vereadores de Rio Branco teriam envolvimento em compra de votos, o que gerou repercussão negativa inclusive entre aliados da base governista.
Dois agentes de trânsito também compareceram à Câmara para relatar perseguição interna na RBTrans. Segundo eles, servidores considerados desafetos do superintendente sofrem coações, mudanças de escala e retaliações. A agente Denise afirmou que os trabalhadores já haviam buscado apoio em diferentes instâncias sem obter retorno, e que as recentes denúncias reforçam o que vinha sendo relatado há meses.
Além da oposição, vereadores da base do prefeito Tião Bocalom recolheram assinaturas para um pedido de afastamento de Vilas Boas. Até o fim da sessão, oito parlamentares haviam apoiado a solicitação, que deverá ser encaminhada ao Executivo.
O Ministério Público já abriu procedimento para ouvir servidores e mulheres que acusam o superintendente de assédio. O ex-superintendente da RBTrans, Benício Dias, também esteve presente na Câmara e declarou possuir áudios que comprovariam novas denúncias contra Vilas Boas. Até o momento, o prefeito Tião Bocalom mantém Clêndes Vilas Boas no cargo.
Com informações do reporter Adaílson Oliveira, para TV Gazeta.