Ativista analisa situação dos negros no Acre
O coordenador do departamento estadual de Igualdade Racial, José de Arimatéia, foi um dos convidados do ‘Gazeta Entrevista’ de ontem. Um dos assuntos abordados na conversa com o jornalista Rogério Wenceslau, ele falou sobre as desigualdades enfrentadas pelos negros.
Segundo Arimateia, 80% da população carcerária e 70% das pessoas que recebem benefícios sociais são negros. Na região Norte, a diferença de salários entre um branco e um negro chega a R$ 900, per capita.
Para ele, a formação histórica da sociedade acriana é estritamente relacionada a essa questão. Os paulistas são os brancos ricos que vieram abrir as fazendas. Já os nordestinos são os negros que foram responsáveis pelo corte de seringa.
Cerca de 70% dos acrianos são negros. Ao longo dos últimos anos, José de Arimatéia destacou os avanços em políticas públicas voltadas para negros. Um dos avanços é na área da educação. Em dez anos, 400 mil negros entraram na universidade. “Isso é mais do que em quatro séculos”, falou.
A expectativa do coordenador é fechar o ano com dados sobre a população negra dos 22 municípios do Estado.