Vitória é resultado de talento e soma de esforços da equipe
“Fala, galera da Baixada! ‘Desena’, meu parceiro! Estou aqui, ó, com o ouro no peito! Feliz pra caralho. Porra! Quero aproveitar a oportunidade agradecer… porra… o carinho… a torcida de todos vocês. Sei o quanto vocês torceram… se reuniram aí para dar o apoio… Aqui, ó: medalha de ouro é nossa, irmão! Muito obrigado. Beijo no coração de todos”.
Foi dessa forma espontânea e simples que o goleiro da seleção brasileira de futebol, o acriano Weverton, agradeceu à torcida dos amigos e do povo do Acre. A simplicidade do arqueiro é preciso ser reconhecida: lembrar o chão em que pisou pela primeira vez quando menino após receber medalha de ouro olímpica não é uma conduta muito comum.
Ele foi formado nas categorias de base do Juventus. Após passagem por grandes clubes nas categorias Juvenil, ele chamou a atenção dos grandes dirigentes de clubes no Atlético Paranaense. E o ponto forte do atleta era justamente a defesa de pênaltis.
A defesa que Weverton fez da cobrança de Peterson, da Alemanha, não o coloca na categoria de herói (aliás, esse é um equívoco que a grande imprensa comete: o de eleger heróis em meio a uma grande equipe). Weverton não é herói. Não há heróis no time brasileiro. Não há nem mesmo líderes.
O que existe são atletas que foram vitoriosos por méritos, por treinos, por superação de dores e tantas outras rotinas de uma equipe de alto rendimento. Weverton ao impor uma barreira ao chute do atleta alemão ajudou na vitória brasileira.
Foi o único da equipe (ou um dos raros atletas do time) a carregar a bandeira da terra natal nos ombros. O Acre é assim. O Acre parece que precisa dessa autoafirmação constante: seja pelo “100% Acre” ou “O Acre existe e grita ‘Vai, Brasil!’”, o acriano se esforça pelo reconhecimento. É uma carência coletiva ainda não superada.
Caso sirva de consolo (ou de reforço para mais aperreio): o Acre não foi redimido por essa vitória. Muito menos o país. As conquistas necessárias estão fora das quatro linhas.