A ocorrência de desastres naturais está cada vez mais frequente. No Acre, dois extremos ambientais são bastante marcantes: ou chove demais ou não chove nada. As ondas de calor comprovam que a temperatura em todo o planeta fica cada vez mais alta. Essas mudanças climáticas impactam de forma direta na vida das pessoas.
Com o Rio Seco, quem vive da pesca fica desassistido. Já quando ocorre alagação é o agricultor que perde tudo que produz. Essa realidade não é de hoje, mas o assunto havia muitos anos que não era nacionalmente discutido. Isso porque a última edição da Conferência Nacional de Meio Ambiente foi realizada em 2013. Mas para 2025, o Ministério de Meio Ambiente vai trazer de volta as discussões que envolvem formulação e implementação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.
O tema já está definido, “Emergência climática: o desafio da transformação ecológica”, mas para chegar até lá é preciso antes realizar os encontros estaduais e municipais. A etapa municipal da conferência precisa ser convocada até 30 dias antes da data de realização e essa convocação é exclusivamente de responsabilidade do Poder Executivo.
No Acre, além de Rio Branco, apenas o município de Marechal Thaumaturgo concluiu esse processo. Na última terça-feira (12), na capital, a comissão organizadora da conferência elaborou o regulamento para a realização do encontro. Na quarta (13), o texto foi apresentado a 18 instituições para análise e aprovação.
“Rio Branco, ela é afetada por esses extremos climáticos. A gente vive em períodos onde nós somos afetados por cheias, que afetam várias pessoas. Esse ano foram mais de 3 mil pessoas, também fomos afetados com o período de estiagem que aliado ao período de queimadas, tanto urbanas também como de outros estados que percorreram a nossa cidade, fazem com que a gente perceba que as alterações do clima afetam a realidade local”, observou Aline Paiva, coordenadora da 5° conferência municipal de meio ambiente.
Dentro do conteúdo do regulamento, destaque para cinco eixos que serão trabalhados. São eles mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental.
“O Estado sozinho não vai conseguir fazer, não vai conseguir salvar muita coisa. E nem o povo sozinho, então a conferência é um caminho, eu entendo assim, de unir, a sociedade civil, o povo brasileiro e o Estado na busca de pelo menos diminuir os efeitos da mudança climática”, concluiu a representante do Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular, Raimunda Bezerra.
Da Conferência Municipal serão retiradas 10 propostas, a etapa estadual deve ocorrer entre janeiro e março do ano que vem, de onde serão retiradas 20 propostas a serem apresentadas na etapa nacional programada para maio.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta