Aqui, competir é parte de uma vitória
Encerrou no último sábado o Campeonato Paralímpico promovido no SESI de Rio Branco com as modalidades de natação e bocha. A competição faz parte da seleção de atletas que vão representar o Acre nas Paralimpiadas escolares que vão acontecer em São Paulo no mês de novembro.
Pela primeira vez, Iasmim participa de uma competição. Ela não teve muito tempo pra treinar, mas não se deu por vencida. Cumpriu a prova de nado livre em 2 minutos e 3 segundos. “Fiquei sem fôlego, mas deu pra completar”, comentou ao sair da piscina.
Onorina Iasmim tem apenas 11 anos, é uma atleta paralímpica e sonha em ser uma grande campeã. Para a treinadora, Osmarina Montrezol, a jovem nadadora mostra que tem vontade e é esse o melhor caminho para chegar às medalhas. “Ela aprende com facilidade, tem determinação e dedicação e isso ajuda muito”, disse.
A vencedora do estilo livre e de todas as outras provas de natação do dia de competições paralímpicas no SESI foi Rebeca Campos. A adolescente de 16 anos de idade está entre as 4 melhores atletas na classe S14 do país e é recordista em 5 provas.
Ela explica que o segredo está em uma única palavra. “Treinar”.
Em ritmo de olimpíadas, Rebeca explica que se espelha no trabalho de nadadores famosos, mas afirma que em paralimpíadas, ela confia em seu talento. “Eles são muito rápidos e eu sou também, rápida e forte”, afirma com sorriso no rosto.
O Campeonato Paralímpico promovido no SESI também encerrou com a modalidade de bocha adaptada. Na quadra, 9 atletas disputaram provas em três categorias.
O jogo de bocha adaptado é similar ao Bocha convencional, ou seja, o jogador tem como objetivo encostar o maior número de bolas vermelhas e azuis na bola branca.
Emylson Farias sofreu uma queda de cavalo e perdeu praticamente todos os movimentos. Há 2 anos ele conheceu o esporte e nesse período já conquistou várias medalhas.
A treinadora, ou no caso da bocha, a calheira Shirley Lessa, que auxilia o atleta que não pode usar as mãos para jogar a bola, explica que a bocha trouxe além das vitórias em competições, conquistas para a mobilidade do atleta.
“Antes ele não saia de casa, era depressivo, agora não ele joga, estuda e o desenvolvimento dele é muito grande”, explica.
“Eu andava na minha cadeira todo amarrado. Hoje ando solto, curtindo som, com celular adaptado, e isso é graças ao esporte. Eu não esticava meu braço. Os médicos diziam que eu não ia mexer meu braço, e hoje eu estou me movimentando e tô aí, pretendo fazer natação”, explica o atleta.
Por outro lado, o atleta assim como todos que representam o esporte brasileiro, lamenta a falta de incentivo. Essa, segundo ele, é a maior dificuldade a ser superada. “No ano passado, era pra eu ter ido pro Brasileirão, não fui por que não tinha dinheiro pra passagem”, disse.