Campanha de 2018 já está nas ruas, escolas…
Já se falou neste espaço que os palanques erguidos em 2014 foram de rocha e aço: não irão se desfazer. A agenda do governador reeleito Tião Viana e do já anunciado (por ele mesmo) candidato a sucessor Marcus Alexandre estão cada vez mais próximas. E assim será pelos próximos quatro anos.
Na semana passada, Marcus Alexandre participou da inauguração de uma indústria de Granulado Escuro Brasileiro. A indústria não tem nada de espetacular. É igual a tantas outras espalhadas por outros tantos lugares.
Mas, não é em todo lugar que impacta diretamente na vida de 4 mil extrativistas, segundo cálculo do próprio governo. Contando que o seringueiro seja casado, existe aí a possibilidade de, pelo menos, 8 mil votos.
E lá estava o prefeito de Rio Branco, ao lado do homem mais importante da política regional atualmente “revendo velhos amigos de estrada dos tempos do Deracre”.
A ansiedade do governador Tião Viana em ter deixado vazar a informação de que Marcus Alexandre é o seu candidato à sucessão ao Governo do Estado tornou o prefeito vulnerável de forma muito precoce.
É inegável que Marcus Alexandre é um político trabalhador. E, até que se prove o contrário, honesto. O problema é outro. Reside no fato de a estrutura pública ficar aos sabores da vontade política de um governante com poder de demitir, admitir, inaugurar, levando a tiracolo o amigo e possível candidato. De ilegal não há nada. Mas, do ponto de vista Moral… Mas, quem disse que a Política anda casada com a Moral?
Outro detalhe: engana-se quem faz a análise com a lente curta da campanha para prefeito prevista para 2016. O ano de 2015 é um “ano ímpar”. Quem faz cobertura política costuma raciocinar que é um “ano mais técnico, sem muita politicagem”. Este raciocínio esfacelou-se.
Ney Amorim, quando assumir em breve a presidência da Aleac, vai mostrar quem é o candidato da Frente à Prefeitura de Rio Branco. Alexandre não deve se candidatar à reeleição por conta de uma concepção cristalizada na Frente Popular: quem se elege pela coligação tem que terminar o mandato.
O senador Jorge Viana foi quem contribuiu para cristalizar esse raciocínio. “Não somos políticos profissionais, desses que têm na Política um meio de vida: temos um projeto”, costumava raciocinar. “Político profissional é que fica querendo galgar um cargo em cima do outro sem antes terminar o compromisso para o qual o povo o elegeu”.
E entre 2017 e 2018, onde andará Marcus Alexandre senão prefeito da Capital? Há muitas maneiras de se fazer um candidato andar pelo Acre. A fórmula já deu certo quando Jorge Viana nomeou Angelim secretário das Cidades, após perder eleição de prefeito para Flavianio Melo. Há o Deracre; há a própria Amac; Seop. As possibilidades são muitas, mas todas convergem para as rédeas do Governo.
De inauguração da usina de GEB, passando pela equivocada Arena Race, ou visitando escola infantil o fato é que qualquer movimento de Marcus Alexandre já tem o ritmo e o gingado de campanha eleitoral.