Documento será redigido por Comissão de Direitos Humanos
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) recebeu nesta terça-feira, 4, um grupo de pessoas que teriam sido agredidas por policiais no dia das eleições.
O caso aconteceu no bairro São Francisco e a Comissão de Direitos Humanos vai elaborar um relatório sobre os depoimentos e encaminhar à vários órgãos e instituições, como o Ministério Público Eleitoral, por exemplo.
A sala de reuniões da Aleac ficou apertada para tanta gente. Estavam presentes representantes da polícia militar, da ouvidoria de direitos humanos e de militantes petistas que teriam sido agredidos no dia 26 de outubro no bairro São Francisco.
A Comissão de Direitos Humanos da Aleac promoveu o encontro para colher depoimentos sobre o fato que aconteceu no calor da disputa eleitoral mais acirrada do país. No Acre não foi diferente, tanto que na reunião foi evidenciada a presença de representantes de uma cooperativa que presta serviços para o Estado, no meio da confusão.
Os militantes e sócios da cooperativa queriam evitar que o nome fosse ligado a militância política. Por vários momentos o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Denilson Segóvia, pedia que os presentes se acalmassem.
Vários vídeos foram apresentados e cada uma das partes ressaltava seu ponto de vista. Na tarde de domingo do segundo turno, policiais militares foram chamados para dispersar um grupo de militantes que uniformizados, aglomeravam-se próximos a um local de votação no bairro São Francisco.
Depois de muito bate-boca, cerca de oito pessoas foram presas e no momento em que a polícia saia do local, iniciou o confronto. Segundo o comandante do 5º Batalhão, Major Edener, os militantes impediam o trabalho da polícia e desrespeitavam a ordem de se dispersar.
“Eu estava lá com 6 policiais. Pessoas tentaram tomar um preso de mim, tentaram retirar a arma de um policial. Nós estávamos lá correndo risco de vida porque eram poucos contra 200 pessoas. A ação teve que ser enérgica”, justifica.
Segundo o diretor da Coopserg, José Roberto, que acompanhou alguns dos moradores agredidos, a comunidade quer punição aos policiais que participaram da ação. “A gente acha que a polícia se excedeu. Viemos cobrar nossos direitos de cidadãos. O judiciário vai dizer quem tem razão ou não”, comentou.
Para o deputado Major Rocha, integrante da comissão, mas que também defende a categoria militar, houve crime eleitoral e a polícia cumpriu com seu dever. “Que se encaminhe todos aos fatos ao Ministério Público Eleitoral, para que possa tomar conhecimento e adotar as medidas que o fato requer”, sugeriu.
De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Denilson Segóvia, todos os depoimentos serão relatados em um documento, que será entregue às autoridades competentes. “Iremos encaminhar as instituições cabíveis que irão desdobrar esse procedimento para o Ministério Público Eleitoral, Ministério Público do Estado e Corregedoria da PM”, explicou.