Estudo da Universidade de Oxford ainda é preliminar
A Universidade de Oxford anunciou nas últimas semanas um estudo preliminar que aponta resultados animadores em um tratamento para casos graves da covid-19 feito por meio de dois medicamentos, o Rituximab e o Tocilizumabe, ambos os medicamentos aumentaram as chances dos pacientes com quadros mais graves a receberem alta hospitalar.
No entanto, o remédio necessita de uma administração minuciosa e precisa, o médico infectologista Eduardo Farias chama a atenção para os perigos que o remédio pode trazer caso seja administrado de forma incorreta.
“Esses medicamentos precisam ter um tempo de uso preciso, um momento exato para ser usado. Eles podem apresentar efeitos colaterais principalmente da baixa da imunidade muito grande, levando a infecções hospitalares e outras complicações, sendo mais prejudiciais do que os benefícios que possam trazer para o paciente de covid. É um medicamento que precisa ser monitorado por pessoas experientes no manejo desse tipo de medicamento para que não tenhamos uma repercussão pior que a covid em si” informou o médico.
O Rituximab e o Tocilizumbabe são de um grupo chamado medicamentos de anticorpos monoclonais, segundo o infectologista Eduardo Farias, esses medicamentos foram usados inicialmente em artrite reumatoide e outras doenças imunológicas com repetição imunológica “eles modulam o sistema imunológico e por essa sua especificidade estão estudando o uso dele também para a covid-19, uma vez que o grande mecanismo de adoecimento da covid é uma reação imunológica fora dos padrões, dessa forma você usa esse medicamento para diminuir o impacto imunológico no organismo, principalmente no pulmão” afirmou Eduardo Farias.
Mesmo com os riscos, muitas pessoas buscam os remédios sem indicação, nas farmácias há relatos de aumento na procura, Cleyton Penha faz parte do conselho regional de Farmácia do Acre e conta que a população não vai encontrar os medicamentos nos balcões das farmácias e drogarias. “É uma medicação de uso exclusivo hospitalar”, disse.
O Brasil, no momento, enfrenta um desabastecimento dessa medicação, no país existe apenas uma empresa da indústria farmacêutica que fabrica essa medicação que é a mesma que fornece para o Ministério da Saúde para o tratamento de algumas doenças como atrite reumatoide.
“É importante que a população tenha essa consciência de que somente se o médico prescrever é quando essa medicação deve ser procurada. A unidade hospitalar vai saber orientar o paciente quanto a uma possível distribuidora que tenha essa medicação e os familiares vão poder fazer a compra e a distribuidora manda diretamente para a unidade hospitalar aos cuidados da equipe que está com o paciente para que o remédio possa ser administrado” informou Cleyton Penha.
Mesmo com os riscos causados pela má administração dos medicamentos há ainda pessoas que buscam os remédios em países vizinhos. “Entrar no país com medicação produzida em outro país sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode fazer o paciente ter algum tipo de problema relacionado ao tráfico de medicamentos”, concluiu.