“Aquilo se transformou em um matadouro”
Delegacia do bairro Tucumã recebeu nessa sexta-feira mais uma família pedindo a confecção de um boletim de ocorrência contra a maternidade Barbara Heliodora.
Já virou notícia recorrente pais e familiares revoltados procurarem a polícia exigindo explicações sobre a morte de um filho da unidade. Nessa quinta-feira outras, três mães ficaram sem os bebês porque nasceram sem vida.
O caso que mais chama a atenção é o de Danuza Silva de Souza de 32 anos que ainda não havia recebido alta até o início da tarde desta sexta-feira. A irmã dela, Fabíola Souza, disse que todos os exames de pré-natal foram feitos na data correta.
Mas, quando a irmã chegou à Maternidade Bárbara Heliodora, por volta das 5h30min de quinta-feira, os primeiros exames indicaram o batimento cardíaco da criança. “Estava tudo normal. A enfermeira disse que o parto seria feito as 9hs, então ficamos andando com ela no hospital aguardando o horário”, relatou.
Só que Danuza começou a sentir fortes dores e pediu que antecipasse o parto. Os atendentes não aceitaram e por volta das 9h10min ela foi encaminhada a uma sala. Poucos minutos depois veio a notícia de que o bebê estava sem vida.
“Como a direção e os médicos podem explicar isso? A pessoa chega normal na maternidade e na hora do parto a criança está morta. Aquilo virou um matadouro”, reclamou. A família vai exigir explicações da direção da Maternidade e que a Justiça tome alguma providência.
Enquanto Danuza pedia para ser atendida, outras duas crianças morreram na maternidade nessa quinta-feira. De acordo com a direção da unidade, os bebês já chegaram sem vida. Todos vieram do interior do estado.
A primeira de Capixaba e a segunda era uma indígena de Santa Rosa. No mês passado, outras três crianças morreram na Barbara Heliodora.
A direção da Maternidade Bárbara Heliodora e a Secretaria de Estado de Saúde não recebem jornalistas para falar sobre o assunto ou encaminham para pessoas que nada tem a ver com a gestão de Saúde. A resposta para a sociedade vem em forma de nota, onde volta a falar a mesma frase feita: “todos os casos estão sendo investigados”.