Saída do Rui Lino foi feita pela PM e Sehab
Enquanto a Secretaria de segurança pública e a Secretaria de habitação falavam com a imprensa em uma coletiva, a polícia iniciava o trabalho de esvaziar casas que foram invadidas no final de semana no Conjunto Rui Lino III.
A ação chamou a atenção de moradores do local, que saíram de suas casas para acompanhar tudo. Entre os curiosos também estavam moradores do Antigo Beco do H, mesma comunidade que no mês de fevereiro fechou a Avenida Ceará, para protestar contra o atraso do aluguel social. E foi exatamente por esse motivo, que algumas famílias do Beco e de outros bairros, resolveram invadir unidades habitacionais do Rui Lino.
Elicéia Costa, por exemplo, alega que o aluguel social da casa em que mora com os filhos está em atraso. Ela é cadastrada na Secretaria municipal de assistência social e está inscrita na Secretaria de habitação desde o ano de 2009.
“Já fui despejada quatro vezes então resolvi entrar por que tenho direito de entrar nessa por que foi vendida, negociada”, explicou.
Elicéia entrou com um termo de reclamação no Juizado Especial da Fazenda Pública de Rio Branco, pedindo autorização para ficar morando na casa 10 da quadra 19 do Conjunto. Mas ela foi informada que precisa aguardar uma audiência para ter o pedido apreciado. Nesta segunda-feira, a casa que ocupava foi esvaziada e ela, teve que sair.
A mulher resistiu a ordem da polícia de ser conduzida à delegacia. A situação causou desconforto e protestos dos populares que acompanhavam de perto.
Hoje a missão da polícia foi de desocupar as casas invadidas por 13 famílias que estavam no aluguel social. Mas ao que parece pode ser um trabalho de enxugar gelo, por que muitos afirmam que vão voltar a invadir as casas.
Até o delegado que conduz a operação, Robert Alencar, tem dificuldades em opinar sobre as garantias de que os imóveis continuarão vazios até uma solução judicial.
“A gente não tem como lacrar, fechar, por que s]ao casas que já estão com vários objetos deteriorados. Janelas, sem portas. Estamos conduzindo essas pessoas e retirando os bens de quem não tem como retirar, mas vão ficar [casas] do jeito que estão”, disse.
A operação Lares em sua terceira fase determinou a saída dos moradores que supostamente participaram do esquema de compra ilegal de casas populares. Cada residência era vendida pelos operadores, por valores entre R$ 20 mil e R$ 30 mil.
As 37 casas desocupadas pela justiça sofreram saques e até depredações. O fato de algumas perderem portas e fechaduras ajudou na invasão ocorrida neste último domingo.
Segundo o chefe do departamento de fiscalização da Sehab, Oséias Silva, as unidades habitacionais devem ser ocupadas assim que a justiça autorizar pedidos feitos pela secretaria.
“Nós fizemos exposição de motivos ao Ministério Público dando sugestão de que provisoriamente enquanto não se chegue a uma solução dessas casas, que outras famílias oriundas do aluguel social ocupem, mas como é fruto de investigação a gente só vai tomar posição com determinação judicial”, afirmou.
De acordo com o Secretário de segurança pública, a polícia vai manter vigilância no Conjunto Habitacional e quem foi conduzido para a delegacia vai responder por invasão de domicílio. Crime de menor potencial ofensivo.